RENASCIMENTO DA NATUREZA
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Estamos vivendo um período de um novo renascimento, não mais para a ciência, mas para a natureza. Como na sociedade renascentista que buscava a unificação da natureza através de leis físicas.<br />
A arquitetura só existe no lugar, daí a necessidade de entendermos o nosso lugar, a nossa memória. Só depois de entendermos a linguagem do espaço com a natureza, do construído com o meio ambiente, podemos preservar o nosso habitat. Conforme Ecléa Bosi, “só se protege aquilo que se conhece e só se conhece, aquilo que se ama”.<br />
Este pode ser um dos caminhos para esta vasta discussão do aquecimento global, da vida das grandes cidades e para nós, da beleza da nossa ilha. Isso não quer dizer imobilidade e cristalização, mas ATITUDE, nas palavras de Massafumi. Como o arquiteto pode interferir na paisagem? Mimetizando o projeto? Buscando soluções nativas do próprio local, com as pessoas do local?<br />
O projeto não pode ser mais concebido na solidão de uma prancheta ou de um notebook, mas deverá ser compartilhado entre o investidor, usuário e principalmente entre uma rede de profissionais habilitados para o tratamento da paisagem e do meio ambiente, desde biólogos, oceanógrafos, engenheiros sanitaristas, ecologistas, botânicos.<br />
Essas mudanças devem começar no próprio currículo do curso de arquitetura, assim como os humanistas do século XV que se esforçavam para mudar o padrão de estudos nas Universidades, “voltando-se para o mundo concreto dos seres humanos em luta entre si e com a natureza, a fim de terem um controle maior sobre o próprio destino” (Sevcenko,1987).<br />
Portanto, o compartilhamento de saberes amparado pela memória da nossa arquitetura e pelo conhecimento do nosso meio ambiente, certamente contribuirá para a qualidade dos projetos dos nossos alunos!</p>
Fonte:Gladys Neves
Publicado em:30-09-2011 13:09:38